Lições do Curso:
Lição 18 - Princípios Históricos de Interpretação Bíblica – Regra 4
Queridos alunos, graça e paz!
Essa semana finalizaremos os Princípios Históricos de Interpretação Bíblica e entraremos nas 4 últimas lições do nosso curso (na minha opinião a melhor parte entre as melhores). Parabéns a você que chegou até aqui em meio a tanto desinteresse teológico como vemos hoje. Oro sempre por cada um de vocês para que Deus mantenha acesa a chama do desejo de aprender.
Vamos lá!
Regra 4
Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto
o Antigo Testamento como o Novo são partes essenciais
desta revelação e formam uma unidade.
A inobservância deste princípio orientador da interpretação da Escritura, pode levar o estudante da Bíblia a conclusões precipitadas quanto a harmonia dos dois Testamentos, a exemplo do que aconteceu com Marcião, um herege da igreja do século II. Por exemplo: Marcião ensinava que o Deus do Antigo Testamento é um Deus justo no sentido de exigir “olho por olho, dente por dente”. Segundo ele, foi esse Deus que criou o mundo e deu a lei judaica. Quanto a Cristo, este foi quem revelou o Deus misericordioso e bondoso do Novo Testamento, até então desconhecido. Ensinava também que o Deus do Antigo Testamento se opusera ao Deus do Novo, mas em Cristo destruíra-se a autoridade da lei judaica e o “Deus justo” do Antigo Testamento tornou-se injusto por causa de sua hostilidade injustificada a Jesus Cristo. Daí a conclusão precipitada de o Deus do Antigo Testamento parecer tão severo e contraditório, enquanto que o Deus do Novo Testamento é mais amoroso e cheio de graça.
- “Tem que rir, quando a gente pensa que já ouviu de tudo não é irmãos?”
Harmonia entre os dois Testamentos
O Antigo Testamento monta o cenário para a correta interpretação do Novo. Desse modo, ambos formam cada um a metade de um todo, que é a Bíblia Sagrada, registro dos atos e propósitos eternos de Deus. Como nos seria possível entender aquilo que fala o Novo Testamento sem o conhecimento de que o Antigo fala quanto à queda do homem e o desejo divino de salvá-lo? Como entender a epístola aos Hebreus sem algum conhecimento do livro de Levítico?
Nos seus ensinamentos durante o seu ministério terreno, Jesus presume que os seus ouvintes estão familiarizados com o relato do Antigo Testamento. Eles deviam se lembrar de como os israelitas foram mordidos por serpentes abrasadoras por terem eles murmurado, e como foram libertos ao olharem para a serpente de metal levantada numa haste (Números 21). Referindo-se a este acontecimento, disse Jesus: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, (João 3:14)
Falando do valor didático do Antigo Testamento, (a Bíblia dos seus dias), disse o apóstolo Paulo:
“Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.[1]
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.[2]
“16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”.[3]
Jesus, o tema central de ambos os Testamentos
O Antigo Testamento está repleto da presença de Jesus. Toda a profecia o tem como tema. As Escrituras nos fornecem a linha da ascendência do Messias. Ele Havia de ser a semente da mulher, a raça de Sem, da linhagem de Abraão, por meio de Isaque e Jacó, (e não de Ismael e Esaú), da tribo de Judá e da família de Davi. No Antigo Testamento encontramos a previsão de toda a Sua vida e ministério. O lugar de Seu nascimento miraculoso de uma virgem, Sua ida ao Egito, Seu precursor, o caráter de Seu ministério, Sua entrada em Jerusalém montado em um jumento, a traição de que foi vítima, Seu julgamento e crucificação, Sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão, Sua segunda vinda e Seu reino – tudo foi predito em termos inequívocos, do Gênesis a Malaquias.
Tem sido calculado por estudiosos que mais de trezentos detalhes proféticos foram cumpridos em Cristo. Aqueles que ainda não foram cumpridos referem à Sua segunda vinda e ao Seu reino, ainda futuros. Poderia essa profusão de profecias messiânicas ter cumprimento numa única pessoa, se não viesse de Deus?[4]
A revelação que Deus faz de Si mesmo é progressiva à medida que você vai lendo a Bíblia, mas o seu caráter é imutável. O grandioso plano divino da redenção é o mesmo em ambos os Testamentos. Portanto, ao estudar a Bíblia, você pode considerá-los duas partes igualmente importante do mesmo livro e não dois livros separados. Dois terços do Novo Testamento citam o Antigo, enquanto que o último terço explica as citações daquelas duas partes.
Faz-se importante tirar um tempo para reler esse maravilhoso princípio. Imagine de que maneira você pode colocá-lo em prática para facilitar seu entendimento e interpretação das Escrituras. Pense se você já passou por alguma situação lendo a Palavra de Deus que se você utilizasse esta regra teria um entendimento mais claro das verdades de Deus.
Fiquem com Jesus e até a próxima!
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Responda o questionário abaixo marcando “C” para CERTO e “E” para ERRADO.
Iremos receber, analisar e logo depois confirmaremos sua presença.
[2] 1 Coríntios 10:11
[3] 2 Timóteo 3:16-17
[4] Boddis, transcritas por Bancroft, Teologia Elementar, Pág.: 125
( ) Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva tanto o Antigo Testamento como o Novo são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade.
( ) Segundo o ensino de Marcião não havia nenhuma diferença entre o Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo.
( ) O Antigo Testamento monta o cenário para a correta interpretação do Novo.
( ) Para compreender a epístola aos Hebreus precisamos conhecer primeiro o livro de Josué.
( ) Nos seus ensinamentos durante o Seu ministério terreno, Jesus presume que os seus ouvintes estão familiarizados com o relato do Antigo Testamento.
( ) A revelação que Deus faz de Si mesmo é imutável, à medida que você vai lendo a Bíblia, mas o seu caráter é progressivo.