
Lições do Curso:
Lição 3 - Texto Complementar
Pontos fundamentais a serem memorizados
Olá meus queridos...
Que a graça e paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja convosco!
Quem vos fala é o irmão Fábio, seu tutor, tudo bem? Quero destacar para os irmãos alguns pontos fundamentais para memorização.
Este texto complementar é importantíssimo e merece toda a sua atenção e concentração! Caso esteja cansado mentalmente, sem tempo no momento presente e ou não tenha se alimentado bem, aguarde e não estude essa lição agora, lembre-se que hoje é terça-feira e você tem até quinta-feira para finalizá-la.
ATENÇÃO!!!
Vamos falar brevemente sobre:
- A teoria correta quanto à inspiração das Escrituras; ela ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas.
- O período da reforma; importantíssimo para a interpretação sadia da Palavra de Deus.
- 3 princípios para quebrar alguns tipos de pensamentos falhos em relação à Bíblia que podem se transformar em graves heresias.
É de fundamental importância que os irmãos estejam com cada um deles na ponta da língua para serem usados assim que Deus nos direcionar, pois, tão importante quando aprender a Palavra de Deus é aprender certo e praticar o que se aprende.
Vamos lá!
A INSPIRAÇÃO PLENÁRIA
A correta teoria quanto à inspiração das Escrituras
A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada Teoria da Inspiração Plenária ou verbal. Ela ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os escritores não funcionam como máquinas inconscientes; mas que houve cooperação vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos de Deus escreveram a Bíblia com palavras de seu próprio vocabulário, porém, sob a influência poderosa do Espírito Santo de Deus, de sorte que, o que eles escreveram foi a Palavra de Deus.
A Inspiração Plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento, e que depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro servo de Deus pode ser chamado de inspirado no mesmo sentido.
Graças a Deus por isso! Amém?
O Período da Reforma
O período renascentista que preparou a Europa e o mundo para a Reforma Protestante, chamou a atenção para a necessidade de se estudar as Escrituras recorrendo aos originais como forma de se achar o seu verdadeiro significado. Reuchlin[1] e Erasmo[2], famosos cultores do Novo Testamento, foram os apóstolos dessa época áurea da pesquisa das escrituras, o primeiro, publicando uma gramática e um dicionário de língua hebraica, a língua do Antigo Testamento; enquanto o último escreveu a primeira edição crítica do Novo Testamento grego. O quádruplo sentido da Bíblia foi gradualmente abandonado, para dar lugar ao princípio de que a Bíblia deve ser interpretada apenas num sentido.
O sentido literal, exceto quando o próprio texto nos permite interpretar de outra maneira.
Guardem isso!
Os reformadores tinham inabalável crença de que a Bíblia era a inspirada Palavra de Deus, e em certos aspectos, revelavam notável liberdade no trato das Escrituras. Contra a infalibilidade dos concílios eles estabeleceram a infalibilidade das Escrituras.
Era posição dos reformadores que não é a igreja que determina o que as escrituras ensinam; pelo contrário, são as escrituras que determinam o que a igreja deve ensinar. (RELEIA ESSA FRASE COM ATENÇÃO)
Guardem isso também!
Martinho Lutero [3]defendeu o direito do juízo privado; salientou a necessidade de se considerar o contexto e as circunstâncias históricas de cada livro; exigiu que o intérprete da Bíblia tivesse a intuição espiritual e fé; e pretendeu encontrar Cristo em toda a Escritura.
Já Filipe Melanchton[4], fiel aliado de Lutero sugeriu o seguinte princípio:
1º
“As Escrituras devem ser entendidas gramaticalmente antes de
serem entendias teologicamente, e que a mesma tem
apenas um simples e determinado sentido”.
Alelúia!
Como podemos aplicar esse princípio?
O princípio é bem claro e verdadeiro correto irmãos? Em grosso modo seria dizer que, primeiro temos que saber ler e entender o português para depois tirarmos uma verdade espiritual do texto.
Podemos citar como exemplo o texto que se encontra em Romanos 12:2 que diz:
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.”
a) Não vos conformeis: Algumas pessoas leem este texto e dizem: “Nosso Deus. Não me conformo com isso ou com aquilo!” E ficam revoltadas, como se o “não vos conformeis” de Romanos tivesse esse sentido. Na realidade o texto quer dizer “não tomar forma”, ou seja, não fazer igual ao mundo.
b) Transformai-vos: É outro exemplo em que se falha muito na interpretação gramatical. As pessoas pensam: “Vou ver uma pessoa pecando e vou lá transformá-la.” Bom, seria legal se todas as pessoas aceitassem serem transformadas desta forma, a grosso poderia a até ser, mas isso é obra do Espírito Santo, nossa função é pregar a Bíblia de maneira sadia. Porém, o texto não está dizendo “transformai-os”; transformar a eles. E sim, “transformai-vos”; transformai a vós, ou seja, respeitando o contexto do versículo; pela renovação do nosso entendimento devemos nos transformar para não tomar forma do mundo.
Ficou claro para os irmãos?
João Calvino[5], considerado o maior exegeta da Reforma, considera com o seguinte princípio;
2º
“O primeiro dever de um intérprete é permitir que o autor
diga o que realmente ele diz, ao invés de lhe atribuir
o que pensamos que deveria dizer”.
Glória a Deus por isso!
Como podemos aplicar esse princípio?
- Texto de Atos dos Apóstolos 19:11-12.
Algumas igrejas hoje, distribuem objetos “ungidos” para o povo, por exemplo:
-
Saquinho com sal para libertação;
-
Banho de óleo (azeite);
-
Pasta de figo para cura;
-
Rosas - Lôdo e mel que curam - Cruz que livra - Pano ungido - Castiçal;
-
Suco de uva para pingar sete gotas em cada cômodo da casa;
-
Chave que abre portas e muito mais bugingangas...
As pessoas que usam estes artifício dizem: “Isso serve para despertar a fé das pessoas”.
Os hereges usam como base o texto de Atos 19:11-12 e afirmam: - “Até Paulo distribuiu suas vestes!”
Se aplicarmos este princípio hermenêutico que Calvino nos ensinou, veremos que o texto não fala que Paulo tenha distribuído nada. O que os maus intérpretes estão fazendo, é forçando a Bíblia dizer coisas que ela não diz e colocando palavras na boca do autor.
Veja:
Atos 19:11-12
11 E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias,
12 de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos,
e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saiam.
Onde este texto diz que Paulo distribuiu algo?
Líderes espirituais desinformados usam este texto para defender a distribuição de objetos dentro das igrejas partindo do pressuposto que Paulo também distribuiu e que nós devemos ser imitadores de Paulo assim como ele é de Cristo (1 Coríntios 11:1), com isso, podem tranquilamente distribuir objetos que na verdade só tem a dividir a fé das pessoas e gerar uma igreja fraca e frágil às investidas do Diabo. Diga-se de passagem, que isso é maligno e provém de pessoas acomodadas com relação ao estudo sistemático da Palavra de Deus.
Isso vem de encontro ao princípio que estamos estudando, ou seja, não estamos permitindo o texto dizer o que ele declara, e sim, o que achamos que ele deveria dizer para se ajustar a práticas místicas e hereges com objetos que possam tocar. Esses objetos dividem a fé do povo, que deveria ser única e exclusivamente em Jesus; andando assim, na contramão da fé.
Iremos detalhar isso mais a frente em um princípio específico amém?
É uma bênção defender a Bíblia como Paulo nos orienta. (Filipenses 1)
Caso queiram saber mais sobre a doutrina utilizada em nosso exemplo solicite a abordagem teológica “Ponto de Contato X Palavra de Deus” clicando aqui.
Veja que bacana a posição dos reformadores:
3º
“Não é a igreja que determina o que as escrituras ensinam;
pelo contrário, são as escrituras que determinam
o que a igreja deve ensinar”.
Isso é muito sério! Não é função de um Ministério de Defesa da Fé criticar igrejas e sim discernir doutrinas contrárias à Palavra de Deus e buscar orientar; mas se aplicarmos esse princípio até em igrejas evangélicas, contrariaremos muita gente rsrsrs. Quem nunca ouviu um irmão falar a frase: - “Na minha igreja a doutrina é assim!” ou coisa parecida.
Bom, se a doutrina da sua igreja não é “assim” e se esse “assim” está respaldado pela correta interpretação do texto bíblico tudo bem, caso não, sua igreja não tem supremacia sobre o que a Bíblia realmente ensina. Vemos muitas divisões de usos e costumes em algumas igrejas; hoje, elas não querem se diferenciar por tentar viver a plenitude do Evangelho e sim por modismos e “achismos” uns diferentes dos outros. Isso é errado e pode incorrer em graves danos espirituais.
Como podemos aplicar esse princípio?
- A igreja Católica usa o sinal da cruz; sabemos não ser bíblico e sim um sacramental imposto pela igreja (dogma). Um católico nos afirma: - “Mas na nossa igreja é assim!” Podemos responder exatamente com este princípio dos reformadores. Mesmo que os católicos inventam um monte de teses, a doutrina cai moralmente por terra! É a Bíblia que deve direcionar a doutrina de nossas igrejas.
Perceberam a importância de aprendermos princípios que nos respaldam na correta interpretação dos textos Sagrados?
Espero que os irmãos tenham gostado e que Deus tenha falado com vocês de alguma maneira no Nome de Jesus.
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Nesta lição (Complementar) não há questionários. Peço que os irmãos façam um comentário no WhatsApp do seu tutor sobre o que sentiram ou acharam dos princípios vistos nesta lição amém?
Iremos analisar e confirmaremos sua presença.
Que Deus continue nos abençoando rica a poderosamente.
[1] Johann Reuchlin (29 de Janeiro, 1455 - 30 de Junho, 1522) foi um humanista alemão e professor de grego e hebraico, sendo uma das maiores referências do ensino desses idiomas em sua época. Foi lido e estudado posteriormente por historiadores como Ludwig Geiger.
[2] Erasmo de Roterdão (português europeu) ou Roterdã (português brasileiro) (nascidoGerrit Gerritszoon ou Herasmus Gerritszoon; em latim: Desiderius Erasmus Roterodamus; Roterdão, 28 de outubro de 1466 — Basileia, 12 de julho de 1536) foi umteólogo e um humanista neerlandês que viajou por toda a Europa (inclusive Portugal).
[3] Martinho Lutero, em alemão Martin Luther, (Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote agostiniano e professor de teologiaalemão figura central da Reforma Protestante.
[4] Philipp Melanchthon (em português Filipe Melâncton; Bretten, 16 de fevereiro de 1497 —Wittenberg, 29 de abril de 1560) foi um reformador alemão. Colaborador de Lutero, redigiu aConfissão de Augsburgo (1530) e converteu-se no principal líder do luteranismo após a morte do próprio Lutero.
[5] João Calvino (Noyo, 10 de julho de 1509 — Genebra, 27 de maio de 1564) foi um teólogo cristão francês. Calvino teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje.